Hoje, dia 29 de agosto, é comemorado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. Esta campanha foi criada em 1986 pelo Ministério da Saúde, por meio do Instituto Nacional do Câncer (INCA), evidenciando o tabagismo como problema de saúde pública.
A campanha deste ano de 2020 tem como foco Tabagismo e Covid-19, alertando que os fumantes tem maior risco de infecção, além de maior chance de desenvolverem as formas graves da doença.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera o tabagismo como uma pandemia, pois é responsável pela morte de até metade de seus usuários.
O tabaco é responsável por cerca de 8 milhões de óbitos anualmente. Nos Estados Unidos, uma em cada cinco mortes é causada devido ao tabagismo. No Brasil, 428 pessoas morrem por dia por causa da dependência a nicotina.
MALEFÍCIOS DO TABAGISMO
A principal questão relacionada ao consumo do tabaco é que NÃO HÁ FORMA DE CONSUMO SEGURA!
Diversos produtos são derivados do tabaco, entre eles cigarro, charuto, cachimbo, cigarro de palha, cigarrilha, tabaco para narguilé, dispositivos eletrônicos para fumar entre outros.
Uma sessão de 1 hora de uso de narguilé equivale a fumaça de 100 a 200 cigarros. Além disso, devido o compartilhamento com outros usuários, expõe-se a risco de contrair hepatite C, herpes, tuberculose e outras doenças bucais.
Fumantes tem maior risco de infecções por vírus, bactérias e fungos, e são acometidos mais frequentemente por sinusites, bronquites, pneumonias e tuberculose. Além disso, é causa de doença cardíaca, acidente vascular cerebral (AVC), doença pulmonar obstrutiva crônica e de diversos tipos de câncer, como pulmão, laringe, boca, bexiga, estômago, pâncreas, fígado, rim, bexiga, colo de útero, leucemia etc. Outras doenças também são relacionadas, como impotência sexual no homem, infertilidade na mulher, úlceras, osteoporose etc.
O tabagismo durante a gravidez traz inúmeros riscos ao feto e à mãe, como abortos, prematuridade e mortes fetais.
Lembrando que o fumo passivo também é grave, não existindo um nível seguro de exposição passiva à fumaça do tabaco, sendo esta considerada a terceira maior causa de morte evitável no mundo.
Há mais de 7.000 produtos químicos no fumo do tabaco, dos quais pelo menos 250 são conhecidos por serem prejudiciais à saúde e ao menos 70 por causar câncer, os chamados carcinógenos.
DEPENDÊNCIA
A dependência no tabaco é causada pela substância nicotina, sendo tão forte quando a dependência em cocaína.
São considerados dependentes, dentre vários critérios específicos, aqueles que apresentam:
- desejo forte e compulsivo para consumir a substância,
- dificuldade para controlar o uso,
- consumo da substância com a intenção de aliviar ou evitar sintomas de abstinência,
- necessidade de doses crescentes da substância para obter efeitos produzidos anteriormente com doses menore
- dentre outros.
Quanto mais cedo a pessoa começa a fumar, maior chance de se tornarem dependentes. No Brasil, 75% dos fumantes começam a fumar antes dos 18 anos.
Felizmente o número de fumantes vem diminuído com o tempo. A prevalência de tabagismo no Brasil em 1989 era de 35%, caindo para cerca de 12% em 2015.
COMO PARAR DE FUMAR
Quem fuma sofre de dependência química, se defrontando com grandes desconfortos físicos e psicológicos que trazem sofrimento, e que muitas vezes exige várias tentativas até que finalmente consiga abandonar o consumo por completo.
Independentemente da idade, cessar o tabagismo pode aumentar a expectativa e qualidade de vida e melhorar a saúde.
Imediatamente após parar de fumar, já há melhora do fôlego e aumento do paladar e do olfato.
Com o passar dos anos, os riscos das doenças secundárias ao consumo de tabaco vão diminuindo gradativamente, sendo que após 1 ano, o risco de infarto reduz pela metade, e após 10 anos o risco de câncer de pulmão cai pela metade.
Os idosos que decidem fazer uma tentativa de cessação têm elevada taxa de sucesso.
É importante que o paciente entenda, entre outros pontos, por que ele fuma, como isso afeta a saúde dele, e quais são os benefícios de parar de fumar. Dependendo do caso, é adicionada terapia de reposição de nicotina, isolada ou em combinação com bupropiona.
- O primeiro passo é querer parar de fumar.
- Grupos de apoio, com sessões periódicas, a fim de se conscientizar dos riscos do tabagismo e dos benefícios de parar de fumar, e estímulo ao autocontrole, sendo esta modalidade para aprendizagem de um novo comportamento. As sessões podem ser individuais também.
- Medicações – Cloridrado de Bupropiona, que é uma medicação antidepressiva com conhecido uso para tratamento da dependência de nicotina.
- Terapia de reposição de nicotina – diversas apresentações, como adesivo, goma ou pastilha, cada um indicado para determinada situação.
Outras formas de tratamento, como acupuntura, hipnoterapia e meditação mindfulness podem ser utilizadas como alternativa complementar ao tratamento usual para cessação do tabagismo, caso disponível e de interesse do paciente.