em Medicina de família, Pediatria

No dicionário da língua portuguesa encontra-se como sinônimos de saúde as palavras força e vigor; e de doença moléstia, falta de saúde, coisa que incomoda. Entretanto, ao se questionar diferentes pessoas sobre qual o significado de Saúde, de Doença e quais são as causas do adoecimento, existirão diversificadas respostas. Estas dependem do momento histórico e cultural no qual estão inseridas, da sua própria história, dos seus valores, das suas crenças, das suas expectativas e da sua postura diante da vida.

As profissões da área da saúde têm como temas centrais de estudo, o ser humano e o binômio saúde – doença, nos quais estão contidos não apenas os seus aspectos objetivos, mas também os subjetivos, e isso os torna complexos e dinâmicos. Por não existir um conceito científico universal que possa ser generalizado e aplicado a todas as pessoas e todas as situações, faz-se necessário conjuntamente às evidencias cientificas existir o olhar individualizado para cada pessoa.

Todavia, na lógica dominante contemporânea há o esquecimento das pessoas e a priorização dos assuntos. Na saúde, a tendência é a valorização da doença, em detrimento da pessoa que padece daquela doença. Outros pontos que podem ser observados atualmente são o pensamento reducionista, a hiper valorização do tecnicismo, do biologicismo e da fragmentação do conhecimento. Esse processo e essa organização são descritos como modelo biomédico de atenção à saúde, o paradigma hegemônico na medicina moderna. Se por um lado, esse paradigma mostrou-se capaz de trazer avanços diagnósticos e terapêuticos em um tempo histórico curto, por outro lado, não valorizou a integralidade do ser humano e a complexidade do cuidado.

O cuidado em saúde se dá com o encontro entre duas ou mais pessoas: aquela que padece ou que deseja melhorar a sua saúde e o “cuidador”, o “profissional da saúde”. Dois “seres humanos”, um de frete ao outro, com o mesmo objetivo. Isso leva a reflexão sobre a incongruência entre a idéia de que se precisa “humanizar” algo que já ocorre entre a partir da interação humana. Essa incongruência pode ser  explicada pelo processo histórico descrito nos parágrafos acima.

Alguns aspectos a serem desenvolvidos em busca da Humanização do Cuidado em Saúde são:

– Abordagem dos aspectos familiares, sociais, culturais e espirituais.
– Apreender a percepção que a pessoa tem sobre o seu processo de adoecer, tais como suas ideias e seus sentimentos.
– Compreender quais são as expectativas que a pessoa tem ao procurar o atendimento em saúde e integrá-las ao plano de manejo desse cuidado.
– Escutar ativamente e com atenção às demandas trazidas. Atentar às queixas ocultas. Respeitar as crenças e os valores de cada pessoa e integrá-los no plano de cuidado.
– Adequar a linguagem da consulta para a melhor compreensão das informações.
– Buscar a interlocução entre diferentes áreas, buscando o cuidado interdisciplinar e intersetorial, quando necessário.
– Promover hábitos saudáveis de vida. Prevenir agravos.

Enfim, lembrar que cada pessoa e momento são singulares!

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